24 de agosto de 2014

Lanterna dos afogados

Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais de porto pra quem precisa chegar



No meio do ano passado eu estava pegando um ônibus pra ir trabalhar e comecei a encontrar com o Henrique no ponto de ônibus (me dá sensações tão boas pensar nisso que nada, nada no mundo pode ser maior) e íamos pro centro conversando sobre a vida. Quando aconteceu a primeira vez eu fiquei pensando em como eu tinha feito a escolha errada anos atrás e deveria ter ficado com ele. Porque ele era demais, olha só! rs
Contei isso pro Bruno e ele me disse que nós poderíamos montar um plano pra poder separar ele da ex-namorada, mas eu preferi não fazer nada, porque achava que ele era feliz e não queria atrapalhar um relacionamento do tipo que eu nunca tive e nunca iria ter. Mas nós pegávamos ônibus sempre e era muito bom ficar conversando com ele, nem reparava nas duas horas de viagem ou em engarrafamento. Tinha até vontade de deitar no ombro dele pra dormir, quando estava muito cansada, mas não fazia porque ele era um rapaz comprometido e eu já tinha aprendido que isso era problema. Fui transferida e paramos de pegar ônibus juntos.

Nós nos falávamos às vezes, ele era sempre muito simpático. Sabe aquelas pessoas que você consegue manter uma conversa leve? Mas ela estava sempre lá. Sabe aqueles casais de propaganda de margarina? Aqueles que estão sempre sorrindo, parecem não ter problemas e que nada no mundo é maior do que o amor verdadeiro deles? Eles eram esse tipo de casal na minha cabeça. Estavam juntos esse tempo todo e eu não conhecia casal nenhum que fosse tão feliz por tanto tempo. Aquilo era muito longe da minha realidade. Até quando eu ia fuxicar o facebook dele, sempre tinham várias fotos deles rindo e felizes e eu de verdade esperava um dia ver as fotos do casamento. Bad choices. All my life. 

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando, vê se não vai demorar

Então numa quinta eu cheguei da faculdade e fui dormir, vi uma mensagem dele me pedindo pra salvar o número dele e mandar uma mensagem no whatsapp. Meu primeiro pensamento foi “Que fogo no rabo é esse, tio? Deixa sua namorada saber disso...” mas adicionei. Como os contatos demoram pra aparecer na lista do whatsapp, fui dormir e no outro dia mandei mensagem e desde então não paramos mais de nos falar.

É uma noite longa pra uma vida curta
Mas já não me importa basta poder te ajudar


Nessa conversa ele me contou que tinha terminado o namoro. Eu estava saindo do refeitório e entrando na cantina da escola onde eu trabalhava e quando vi aquilo fiz uma dancinha da felicidade. Hahahaha
Depois me vieram mil dúvidas na cabeça. Se ele estava bem com aquilo, se tinha vindo conversar comigo pra poder desabafar como tinha sido no último término de namoro dele... Enfim, o que significava aquele contato. Mas pq o medo? Quis continuar conversando.
Eu não queria ter um namorado de jeito nenhum, eu me via muito próxima de quem eu era com 14 anos. Eu estava sendo Natasha e não queria magoar mais ninguém e estava convicta disso. Então na conversa eu disse que queria ir no cinema ver A Menina Que Roubava Livros e ele disse que Tb queria ir no cinema e perguntou se eu queria ir com ele e que passava aqui pra me buscar.
Se tem uma palavra que define esse período entre o dia 13/02 até o dia 15/02 foi dúvida. Eu não sabia se ele queria ficar comigo ou só uma companhia pra sair, eu não sabia se eu queria ficar com ele, eu não sabia o quão essa ex poderia ainda ser presente na vida dele... eu não sabia de nada. Na verdade, eu acho que até hoje não sei. Porque todo mundo sabe que eu ando igual a um mendigo pela rua, mas dessa vez eu não quis. Passei horas me arrumando pra encontrar com ele. Me preocupei tanto que até me atrasei. Queria estar linda. Entrei no carro tensa, sem saber o que era aquilo e ficava mandando mensagem pra Manu me ajudar a entender os sinais que ele dava.
Nós chegamos muito cedo pra sessão e ficamos um tempão conversando sobre um monte de coisas. Como eu já disse que não sabia de nada, quando estávamos descendo a escada rolante tive um impulso de segurar a mão dele. No cinema estava um frio horroroso e ele colocou a mão no meu braço pra me esquentar. Então nos beijamos. Quando o filme acabou eu queria sair da sala com ele como os outros casais que estavam perto de nós. Por mais que eu não quisesse um namorado, eu queria ele. No dia seguinte nos encontramos de novo e eu já tinha certeza. Ele me pediu em namoro, mas veja bem que eu tenho essa urucubaca com Exs que ressurgem das cinzas e não estava a fim de passar por isso de novo. Mas eu já era namorada dele. Já era namorada dele desde que quis dar a mão na escada rolante.

E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora, mas ainda sei me virar


Eu demorei muito pra me encaixar nessa vida. Durante toda a minha vida eu me vi tendo que mudar e deixando de ser quem eu era e quem eu gostava de ser pra poder seguir em frente e eu descobri que isso era o que mais me incomodava em mim. Eu aprendi a me amar em primeiro lugar e não deixar que a minha felicidade ficasse sempre na mão de uma pessoa, como a Paola me ensinou e nem deve mais lembrar, mas eu tenho comentário aqui nesse blog pra comprovar. rs
Eu aprendi que as vezes a gente não precisa superar pra seguir em frente, mas que superar era uma coisa que eu precisava fazer. Eu aprendi a me bastar e que as coisas que mais me fazem feliz são tão simples que eu nem preciso correr muito atrás por elas. 
Eu conheci alguém incrível anos atrás e passei todo esse tempo procurando por outras coisas que parecia até cachorro correndo atrás do próprio rabo. Um alguém que estimula em mim o que de melhor eu posso ser e que flui tão naturalmente que não deixa dúvida que era pra ser assim e me faz desejar que todo mundo um dia possa ter um amor como o nosso, pra conhecer essa sensação incrível que eu sinto do lado dele. Ele que estava presente nesse momento ( sendo uma das pessoas que reparou) e nesse outro aqui ( quando penso que quando o Henrique estava procurando estágio eu fui falar com esse cara pra saber o que ele precisava pra concorrer a uma vaga lá). Como ele sempre esteve ali do meu lado, mas eu burra demais, nunca olhava. Tive alta da terapia.

Eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei...
E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe
Eu encontrei alguém que faz todos os meus sonhos e até sonhos que eu nem sabia que tinha se realizarem. Eu encontrei alguém pra dividir. Eu encontrei alguém que me entende e não só me aceita, porque a gente pensa do mesmo jeito. Eu finalmente encontrei alguém pra caminhar comigo e que faz com que eu me sinta tão e tão amada que eu não tenho tempo pra mais nada...
Então é isso. Lanterna dos afogados não é a música que me define. Não mais. Então eu quis terminar aqui todas as histórias que eu vivi nesse blog. Vou continuar a escrever nesse link aqui, até pq foi recomendação da psicóloga. Esse ciclo acabou e estou feliz por isso. 

That's all folks!

Comecei minha faculdade e vim morar na Tijuca, estava radiante por isso. O Marcos tinha voltado a me procurar, mas eu estava ignorando. Então um sábado resolvi ir pra um jogo do botafogo no engenhão com uma amiga, quando nós vamos comprar o ingresso, quem estava lá? O Bruno, claro, na minha frente. Assistimos o jogo juntos e ficamos. Depois daquele dia, começamos a nos falar por email todo dia e ficamos muito próximos. Depois de um tempo nós estávamos bebendo e ele recebeu uma ligação da quem eu achava ser ex, mas era atual, dizendo que estava esperando ele em casa e então eu descobri que ele ainda era casado. Na discussão ele tb disse que não tinha noção de que a gente continua ficando assim e que não queria parar de ficar comigo. Que não queria fazer uma escolha. E nem eu queria fazer uma escolha. Nem deixar outro voltar pra ex e então resolvi ficar ali. A partir daí foi uma novela, com muitas brigas, muitas tentativas de se afastar e tudo mais, mas o negócio e que nós ficamos amigos e nos entendíamos muito bem, melhor do que já tinha me entendido com alguém. A ex voltou a ser ex e nós passamos a ser importantes na vida do outro (se eu tiver mentindo, você pode me corrigir, porque eu sei que vc tá lendo, tá? rs). Eu descrevi muitas coisas desse relacionamento aqui e não vou falar de novo. Nós ficamos muito amigos, mas eu estava mal e comecei a fazer terapia.
Foram horas e horas gastas em terapia pra poder contar de tudo. Da péssima relação com a minha família, de estar num relacionamento que significava demais pra mim só porque estava carente, por ter problemas com meu chefe, por não me amar e por ser depressiva mesmo. Foi um caminho duro a ser percorrido...

Nesse meio tempo eu parei de escrever aqui, ou só escrevi mesmo quando estava confusa, porque estava me conhecendo. Eu fiz um blog pra poder falar da minha vida quando eu estivesse me sentindo mal, mas eu não sabia mais quando estava bem ou não pra escrever. Não tinha o que falar de mim, ainda estava aprendendo.

23 de agosto de 2014

The end - parte 2

Nós passávamos todos os finais de semana juntos e sem sexo, pq eu era novinha, cheia de neura e tudo mais. Ele cozinhava pra mim todo final de semana (e dizia que eu parecia um monstro comendo) e eu entrei na aula de dança de salão, já que sempre que ele queria dançar eu pisava no pé dele, como a formatura estava chegando, eu tinha que aprender pra gente fazer bonito igual ao que tinha sido no sonho. Passamos o dia dos namorados fazendo o projeto final dele da faculdade de designer (um episódio de cavaleiros do zodíaco) e no final daquela noite, depois de 3 meses ficando, eu disse que o amava e BANG acabou tudo. Ele ficou me olhando, disse que gostava muito de mim e amava estar comigo, mas queria que quando fosse dizer isso não fosse só pela resposta de algo que eu disse, mas pq sentiu a necessidade. No final de semana seguinte ele estava estranho e foi assim por mais alguns dias, até que teve um dia que ele disse que queria passar o final de semana sozinho. Demorou um pouco, mas depois eu descobri que a ex dele tinha entrado em contato no final de semana do dia dos namorados, que era quando eles faziam aniversário de namoro e tinha dito um monte de coisas. Que estava indo pra Florianópolis e queria encontrar com ele, porque ainda o amava. Ele me contou isso e eu disse que tudo bem, que queria que ele fosse feliz, independente de ser comigo e ele foi pra lá. Pediu demissão do trabalho, colocou o apartamento a venda e foi embora encontrar com ela. E eu? Eu tive ulcera nervosa e outros muitos problemas de saúde. Passava mais tempo no hospital que em casa ou trabalhando e não sabia mais o que fazer. Não tinha vontade pra nada, não queria fazer nada da vida. Pedi a empresa pra me colocar em outro lugar e tive que me refazer. Colar todos os meus caquinhos e seguir em frente. Aprendi que a gente não erra porque quer e sim pq não sabe fazer. Ele nunca pensou que nós íamos nos envolver tanto e que tudo ia terminar assim. Ele sentia culpa e eu sentia muito, muito mesmo. Escrevi aqui sobre como foi cada momento desses.
Num desses dias de mau humor, eu tinha que levar uns documentos pra serem assinados na empresa pra qual eu ia passar a maior parte do tempo trabalhando e nessa sala estavam cheias de fotos do Loco Abreu, ídolo do meu time e eu perguntei de quem eram as fotos e então o Bruno se apresentou e perguntou se eu era botafoguense também. Eu respondi que sim e ele disse “Sabia, os botafoguenses são os mais bonitos”, mas eu estava na minha fase múmia e saí batendo porta pela cantada barata. Mas quem disse que ele desistiu? Passava o maior tempo possível vindo falar comigo, me paparicando, me ensinando a fazer coisas do trabalho e me cantando. Eu até disse que nós não poderíamos ficar porque ele era geminiano e eu capricorniana e nosso signo não combinava. Não que eu fosse entendedora do assunto, mas o Marcos falava tanto disso que eu acabei aprendendo. rs
Mas aí em um dia dessas conversas ele me contou que o sonho dele era ser veterinário, mas a gente tem que trabalhar e ganhar a vida e isso não ia rolar. Eu parei e considerei que todas as vezes que eu tinha rido desde a ida do Marcos tinha sido com ele e que ele merecia uma chance. Ele estava conversando comigo com uma caneta e um papel na mão, então eu peguei e anotei meu telefone lá e ele entendeu que eu tinha mudado de ideia. Nós estávamos indo embora e andando a caminho do metrô. Quando estava chegando perto da estação nós fomos diminuindo o passo e ele disse que quando a gente parasse ele ia me beijar. Então eu parei, ele deu mais uns dois passos até perceber, voltou e me beijou.
Era muito divertido ficar com ele e comecei a ver as coisas melhorarem. Até que um dia nós estávamos bebendo e ele me contou que era casado e tinha se separado a pouco tempo. O que eu fiz? Entrei em desespero, lógico. Mas mesmo assim, ele me convenceu de que era um geminiano legal.

Nessa época eu fiz a prova pro MP, que um amigo me disse que ia ter. Quando saiu o resultado ele tinha se machucado e estava de licença, mas eu estava indo embora e achava que não ia mais encontrar com ele na vida, mas não foi bem isso que aconteceu. 

22 de agosto de 2014

The end - parte 1

Quando eu comecei a escrever aqui no blog eu tinha acabado de terminar a escola. Terminado de concluir o ensino médio, onde eu não só aprendi a minha primeira profissão, mas onde eu tive meu primeiro namoro de verdade, como você já devem ter lido 5702 vezes por aqui antes. Quando terminou, eu achava que estava muito perdida nessa coisa de ser solteira (não que eu não soubesse ser, como achei por muito tempo, mas porque eu não queria mesmo), e comecei a emendar um namoro no outro, tendo até um noivado no meio disso tudo, mas eu não estava pronta pra nada disso. Uma prova disso foi quando eu criei esse blog, na lanterna dos afogados, que era minha música do momento. Eu estava num relacionamento onde não havia paixão, onde só tinha eu não querendo ficar sozinha e alguém que gostava daquilo e quando as coisas são assim, qualquer terceiro que chega nessa história ganha um destaque e foi o que aconteceu. Quando vi, estava num relacionamento aonde teoricamente ia tudo bem, mas eu queria ter a intensidade e a química que tinha com o outro e não sabia o que fazer e muito menos tinha pra quem contar isso, porque achava que todos iam vir com 7 pedras nas mãos me chamando de puta. Mas terminei, fiquei com o outro e depois acabou a vontade e eu tinha um blog pra escrever.

Eu aprendi a beber, deixei o cabelo crescer e decidi ir trabalhar e foi uma mudança total na minha vida. Eu adorava a empresa, amava as pessoas que trabalhavam comigo e aprendi muito lá. Era considerada uma técnica muito boa, o que eu nunca ia imaginar ser e estava conseguindo um modo de começar minha tão sonhada faculdade. O que mais poderia acontecer? O que move a minha vida? Um paixão, é claro, logo no meu terceiro dia de estágio. Cheguei na primeira empresa pra onde a que eu trabalhava prestava serviço e ele foi a primeira pessoa que eu vi, parecia até cena de filme, eu fiquei olhando pra ele e tive certeza que estava me apaixonando, sem nunca ter falado nada mesmo, meio que a primeira vista, mas olhei pra mão dele e BANG uma aliança, bem grande na mão esquerda. Mas quem disse que eu conseguia parar de pensar nele? E o pior é que a empresa em que eu trabalhava me mandava lá quase todo dia, o que foi uma tortura por quase um mês,mas não podia dizer nada pq ele era casado e ele me contou que estava separado há uns 3 meses, mas que tinha passado 13 anos com uma mulher que tinha virado diplomata, o relacionamento não dava mais tão certo, mas ele não conseguia parar de usar a aliança, pq ficava brincando com ela no dedo o tempo todo. Minhas esperanças foram lá em cima e então ele me adicionou no falecido Orkut e disse que tinha tido um sonho louco comigo e pediu meu email pra poder contar a história por lá, pq ele estava numa viagem a trabalho (já que ele era arquiteto, analista de sistemas e designer gráfico e trabalhava com isso tudo). O sonho dele era o meu sonho: Nós dois juntos, numa festa de formatura e dançando bolero. O que eu fiz? Abri o bocão e saí contando logo que estava apaixonada, obvio e assim que ele chegou no Rio nós nos encontramos e ele era o romantismo em pessoa. Quando eu entrei no carro estava tocando Katy Perry que era a minha cantora pop preferida na época e eu perguntei se ele ouvia aquilo, achando que ele ia me contar que a gente não podia ficar junto pq ele era gay ou algo do tipo, mas ele disse que não, que só tinha baixado músicas dela pq era a cantora que mais aparecia no meu subnick ( num troço do msn que aparecia lá a música que eu estava ouvindo no meu media player) e ele queria que eu me sentisse confortável. E como não me sentiria? A gente passou o final de semana todo junto e eu nunca tinha dormido com ninguém, quando eu acordei na primeira noite ele estava olhando pra mim e disse que estava assim tinha um tempinho e estava cantando mentalmente I don’t want to miss a thing e é claro que eu me apaixonei mais ainda, até o momento em que ele levantou e me levou pra um quarto onde tinha um mini piano (não era um piano de calda, mas era um piano) e tocou essa música pra mim. Naquele momento, eu tive certeza que não tinha mais volta e eu já estava completamente e perdidamente apaixonada. 

31 de agosto de 2013

Postagem dos meus pensamento, sem filtro

Eu posso fazer uma lista de coisas que eu amo fazer. Amo estudar, amo dançar, amo fazer doces, amo comer doces, amo ouvir música, amo ler, amo história, amo ver fotos antigas, amo escrever, amo ver filmes na minha sala no sábado a noite, amo nutrição, amo pintar as unhas de vermelho, amo ser quem eu sou... amo muita coisa!
Mas tirando a minha mãe, meu pai e meu irmão e minhas sobrinhas, eu não amo pessoas. Sinto falta de que alguma seja mais parecida comigo. Sinto falta mesmo de poder dizer alguma coisa pra alguém e essa pessoa entender o que eu tô querendo dizer. Não aceitar, mas entender mesmo. Não tentar me mostrar que a vida pode ser diferente ou que devo ver o outro lado das coisas. Alguém que entenda.
Eu gosto de não precisar contar com ninguém. Gosto de ser independente e não precisar esperar ninguém pra fazer as coisas. De tomar decisões sem que precise da opinião de mais alguém pra isso. Acho isso bom de verdade, mas queria poder amar pessoas tb. De sentir algo sem explicação, não por precisar delas, mas por tê-las por perto. Só isso.

                                                             ****

Eu fui limpar a cozinha hoje. E enquanto eu limpava eu fiquei tentando pensar em onde eu tinha errado com ele. Talvez eu pense tanto nisso que possa ser considerado uma obsessão, ou um hobby, mas seja lá qual a a explicação, eu estava fazendo. E quando terminei percebi que não tinha errado em nada. Escrevi aqui milhões de vezes depois dele e o blog passou até a ser triste depois dele.
Pensei nisso hoje porque um cara semana passada me fez milhões de declarações dizendo que ía lutar por mim e blablabla e mal deu as caras essa semana. Juro. Então fiquei pensando o que eu acharia que esse cara deveria ter feito e  lembrei do Marcos. Lembrei e pensei que ele deveria fazer a mesma coisa que eu fiz com o Marcos. E então eu percebi que não tinha feito nada de errado.  Porque eu me entreguei, como nunca mais fui capaz de fazer e porque eu me importei. Me importei tanto que me importo ainda. Porque se alguém quer ficar com o outro tem que se importar e que esse cara não deve me fazer mais declarações, porque ele não se importa. Não de verdade. Não que eu tenha um manual sobre gostar dos outros, mas porque eu só conseguiria me importar com alguém que se importa comigo.

                                                              *****
Então eu paro no meio disso tudo e avalio minha vida amorosa. Porque eu evito, né, mas tô mais corajosa ultimamente e resolvi avaliar isso. Vou até levar pra terapia semana que vem e só quero falar disso. De relacionamentos. De falar que só pessoas confusas aparecem na minha vida e dizer em alto e bom som para uma pessoa que o único que eu achei que não fosse passar, passou. Que o Bruno e eu vencemos a validade. E isso é estranho. Que nós já rendemos tudo que podíamos e que agora estamos diferentes. E isso é estranho. Estranho e desconfortável porque eu adoro ele. Adoro e adoro mesmo. E odeio que esteja desse jeito, mas está.

18 de maio de 2013

Quando eu tinha 11 anos, alguém deveria ter me dito que era pra eu aproveitar ao máximo minhas sobrinhas porque elas iam embora pra longe de mim.e
Quando eu tinha 12 anos alguém deveria ter me falado que eu não deveria ter ficado tão amiga daquela garota, pq ela não ía me ver do mesmo jeito.
Quando eu tinha 13 anos alguém deveria ter me falado pra não ir, pq aquele seria um trauma que ía me render muitas horas de terapia pela vida;
Quando eu tinha 13 anos, alguém deveria ter me avisado que a minha mãe é a melhor pessoa do mundo e pra aproveitar ela ao máximo, pq uns anos depois eu ía estar bem longe dela por quase toda semana.
Quando eu tinha 14 anos deveriam ter me avisado que não era pra me envolver tanto assim, porque não ía valer a pena...
Aliás, com 14 anos podiam ter me avisado pra fazer uma festa de 15 anos, sem viagem!
Quando eu tinha 15 anos, podiam ter me avisado pra dar valor a cada segundo daquele ano. Cada um deles seria mais importantes da minha vida.
Quando eu tinha 15 anos deveriam ter me dito que meu pai ía enfrentar muitos infartos ainda, mas que ía estar bem alguns anos depois.
Quando eu tinha 16 anos deveriam ter me mandado fazer a prova de fisica aplicada.
Quando eu tinha 17 anos deveriam ter me falado que o namorado que eu estava dispensando ía ser o ultimo homem além do meu pai e do meu irmão a falar que me amava.
Quando eu tinha 18 deveriam ter me falado pra não comentar no local de trabalho sobre o meu time.

Então tá ai, eu cheguei aqui nesse estágio da vida completamente desavisada. Sem saber pra onde ir, nem por onde começar. Então alguém tinha que ter me avisado que eu ía chegar aqui e minha vida não faz o menor sentido.

8 de março de 2013

Ainda, encontraremos a pousada, o afeto almejado, a proteção.
Ainda, haverá tempo de amar sem medo, totalmente, infinitamente, sem ter medo de pedir, de implorar, ou chorar. 
Ainda, haverá tempo para ser feliz novamente.
Ainda, haverá tristeza, saudade, primavera, o sonho.
Ainda, haverá alegria, apesar das cicatrizes.
Ainda, haverá esperança, porque a vida ainda é criança e amanhã será outro dia.